Hoje já faz três
anos... Minha vida tem passado rápido demais, meu dias estão acelerados e
quando eu menos percebo já estou acordando para mais uma jornada sem você...
Sinto por dentro uma dor indescritível de erro, eu errei desde o começo não ter
te falado o quanto você é importante para mim, e o pior, eu não passei o meu
tempo ao seu lado... Mas agora eu não me recordo do motivo de não ter te
contado sobre meus sentimentos, que estão presos em mim... Eu não tive coragem
de contar, mas agora vou falar... Você nunca vai estar sozinha, mesmo que eu
não esteja ai, de agora em diante estarei dentro de você... Mesmo que pense em
desistir... Eu vou estar ai, mesmo que não me sinta ai eu estarei ao seu lado
como aquele cara que nunca deixou de pensar em você... E quando sentir um
calafrio percorrer as suas mãos, são as minhas te ajudando a se reerguer ou
simplesmente lembrar o quanto pode ser forte... E eu sempre soube que se não
fosse contigo, não seria com ninguém... E quando você não acreditar que pode é
só lembrar que há um cara que sempre vai querer te ver sorrir... E mesmo que
não seja ao meu lado, viva o hoje como se fosse seu ultimo dia, como se seu
coração do nada fosse parar, pois o amanhã, não sabemos se vai realmente
chegar... Eu me arrependi por não ter te contado, mas o tempo passa rápido e
saiba que eu verdadeiramente... Quero te ver feliz e se reerguer a cada
problema... Pois eu... Sempre de alguma forma estarei ai contigo... Pois eu não
quero viver mais algum dia que não seja com você...
Ao ler cada palavra
dessa carta meu mundo caiu, eu sempre gostei do Fábio, cada dia me lembrava
daquele garoto que sentava na primeira cadeira da sala, com seu olhar tímido e
meigo, ele dizia que era meu melhor amigo e eu sentia algo a mais... Sentei na beira
da cama Marcos me olhava questionando o que era...
-O que foi amor? Parece frustrada... – ele franzia o cenho.
-Mas... Mas... – lágrimas abrasavam meu rosto, o que eu faria agora, peguei o
telefone que estava na mesa de cabeceira – Desculpe... – meu olhar era
suplicante ao de Marcos – Alô? Oi... É o Fábio por favor... – fiquei em
silencio ao ouvir o que a mulher do outro lado havia me dito – Mas... Ok... Obrigada...
Marcos eu preciso ir agora, meu amigo precisa de mim...
Sai as pressas, peguei meu carro e voei pela cidade movimentada, cheguei ao
hospital em trinta minutos...
-Fábio Ferrari por favor?
-É parente? – balancei a cabeça negando.
-Ela pode vê-lo... Ele disse que ela viria. – uma senhora com o rosto vermelho
falou, e seus olhos estavam úmidos – Por favor, faz meu filho ficar um pouco
melhor... Ele não tem muito tempo... – sua voz era suplicante.
Passei pelo corredor branco, muitos doentes, pessoas tossiam ou estavam com
cara de dor, angustia havia naquele lugar.
Bati na porta devagar.
-Entre... – disse uma voz fraca lá dentro.
-Fábio... – quando seus olhos encontraram com os meus eles se encheram de
lágrimas, mas ao mesmo tempo havia felicidade, andei rápido, eu ansiava por
aquele encontro, o abracei com cuidado, mas aquele abraço foi o melhor que já
dei, havia ternura e afeto, mesmo que não nos víssemos, nós nos amávamos –
Senti saudades...
-Eu a sua meu anjo... – ele sempre me chamava assim, desde a escola – Vejo que
recebeu minha carta... – seu rosto estava pálido e sua voz inerme.
-É eu recebi... – eu estava com vergonha e isso era notável – Desculpe por não ter
vindo antes, eu só não sabia...
-Eu sei que você não sabia, você não sabe de muita coisa.
-Eu preciso te contar uma coisa... Eu... Eu te amo Fábio, sempre amei e não vai
ser agora que vou deixar de amar... – seu rosto se alegrou com minhas palavras
e depois voltou ao estado triste e amargo.
-Eu também te amo... Mas eu sei que não podemos fazer muito... Eu sinto muito
por ter desperdiçado tempo, eu errei em não te contar, passou muito tempo e
agora é tarde... Quem sou eu para te fazer esperar por nós dois? Eu não tenho
mais tempo de vida e sinto muito por não poder mais te fazer feliz, mas... Eu
quero que saiba que você é uma pessoa maravilhosa e eu te... – ele parecia
sentir falta de ar, colocou a mão direita na minha, e outra em seu peito, ele
suava...
-Enfermeira... – gritei.
Enfermeira e médico apareceram juntos.
-Pegue o desfibrilador... – disse o médico com pressa, ela o fez e mandou que
eu saísse.
Me desesperei... Ele ia dizer que me ama... Eu acho que ia... O médico
reapareceu e falou que eu podia entrar, mas que ele não podia se esforçar
muito.
-Desculpe por fazer você ver isso... – seu tom era mais leve do que antes.
-Não Fábio... Não peça desculpa... Eu estou aqui agora... – fui até seu lado e
sentei a beira de sua cama ao seu lado – Eu posso? – ele não sabia o que era,
mas confiava em mim e apenas assentiu, cheguei mais perto e nossos lábios se encontraram,
foi um beijo doce e calmo, intenso e ao mesmo tempo tranquilizador, eu sentia
que sempre fui dele e ele sempre foi meu.
-Eu te amo... – ele passou a mão sobre meu pescoço e colocou minha cabeça em
seu peito – Está ouvindo isso? É por você. E sempre vai ser.
Sorrimos e ficamos juntos naquele dia.
Cerca de dois meses depois Fábio veio a me deixar, foi difícil sabe?! Mas eu
não superei por completo, quando sinto que vou desmoronar eu leio aquela carta,
a carta que me fez largar o casamento, saber quem realmente amo e ser mais
feliz... Agora eu cuido de Melissa, filha adotiva de Fábio, ela é o que me dá
forças para seguir em frente, ela, ele e principalmente Ele...
Por: Mariane Alfradique
2 comentários:
Parabéns pelo seu blog!! Gostei mesmo!!
Seguindo!!
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Seguindo aquie!! Follow me back?!
abraços
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Obrigada pelo comentário :))