-Hoje faz uma semana... A dor ainda está em meu peito, tão
presente quando o oxigênio em meus pulmões, não consigo mais dormir, ou
comer... Sei que tenho que superar, mas vai ser impossível sem ela aqui
comigo... Não me sinto vivo, é como se algo tivesse perfurado meu peito e
arrancado meu coração sem a menor piedade. São 14h14min me lembro de quando ela
falava que sempre estaria pensando em mim se víssemos horas iguais, mas que também
estaria pensando em mim a qualquer hora do dia – sorri por um instante,
lembrando-me de como ela fazia carinho em meu cabelo antes de dormir e como
dizia que me amava olhando-me fixamente nos olhos, foi impraticável eu conter
as lágrimas e em menos de um segundo já as sentia queimar meu rosto – Lembro-me
de quando nos vimos pela primeira vez... O dia no qual nos conhecemos foi incrível,
uma bela praia e um bom por do sol, ela me deu o primeiro beijo, é vergonhoso
falar isso, mas é a mais pura verdade. Quando a pedi em namoro também foi muito
bom, estávamos na praia, e ela estava zangada comigo, eu havia sentido ciúmes sem
motivos... Pedi para ela ser minha para sempre e ela aceitou... Há um calafrio
em minha barriga ao lembrar nossa primeira vez, havia insegurança e medo em
seus olhos doces, mas foi ali que nos tornamos nossos de verdade. Namoramos por
cerca de 3 anos, noivamos e após um tempo nos casamos... Desculpe é difícil falar
disso... – meus olhos estavam cheios de
lágrimas.
-Tudo bem papai... Apenas me conte... Quero te ajudar – os doces olhos de
Marina estavam tão vermelhos quanto os meus.
-Querida não fique assim – eu a abracei forte – Bom, nosso casamento, foi
lindo... Não tínhamos muitos recursos na época, mas foi do modo que queríamos
toda a nossa família e amigos de verdade estavam presentes... Cinco anos depois
sua mãe – um nó em minha garganta se fez ao dizer tal palavra – Me trouxe seu irmão...
Era o que sempre planejamos... E como você sabe, sete anos depois veio você minha
linda e eu agradeço a Deus e a ela por ter me deixado com pessoas maravilhosas
como vocês... Vamos Marina, não chore, sei que está sendo difícil e que eu não sou
o melhor ao pedir para você não chorar, mas pense no que ela iria querer...
-Eu sei pai... Mas o que vou dizer aos meus filhos? – ela soluçava e enxugava
as lágrimas continuamente.
-Vamos ter que ver isso depois está bem amor? – Marina apenas assentiu.
-Mamãe, mamãe... – gritava Raphael ao entrar no cômodo sem bater na porta, seus
olhos eram castanhos, como o da avó, seu tom de cabelo era idêntico – Porque está
chorando? – ele parou na frente de Marina no sofá e a encarava com o seu olhar
doce e preocupado – O vovô brigou com você? – foi inevitável não sorrir.
-Não filho – ela o pegou no colo – A mamãe tem uma coisa para te contar...
-Tá bom... Mas antes posso te mostrar uma coisa? – ele levantou em um pulo e a
puxava pela manga de seu casaco – Você também vovô.
Ao chegarmos ao nosso quarto Raphael pegou uma caixa que Luciana escondia de
baixo da cama e sempre me disse que não era para abri-la.
-Olha tem muitas coisas legais – disse ele abrindo a caixa e pegando dois cordões,
um que ela usava quando mais nova que tinha um olho grego azul e uma pequena
pimenta e o outro parecia com do exercito, eu havia dado aquilo a ela.
-Vamos filho – Marina pegou Raphael no colo e ele saiu esperneando.

Por: Mariane Alfradique
1 comentários:
li algumas coisas e achei bom
http://rocknrollpost.blogspot.com/
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Obrigada pelo comentário :))