16 de nov. de 2011

- Montanha Russa de Sentimentos.




Ao sairmos do trabalho fomos a um bar em Copacabana, o lugar era um pouco simples, mas moderno e aconchegante, o piso era de madeira lisa, as cadeiras e mesas são de madeira maciça, as janelas eram apenas grandes vidros e o ar deixava o ambiente em uma temperatura agradável, nos sentamos e pedimos Chopp sem colarinho... Nós estávamos cansados e afrouxamos as gravatas assim que sentamos.
-Mano... Você está bem mesmo? Está tão abatido ultimamente. – ele parecia preocupado, já que somos amigos desde a adolescência.
-Estou... – Felipe me olhou com desconfiança - Na verdade não... Você me conhece como ninguém... – eu hesitei em contar – Eu não consigo te esconder nada, as vezes isso incomoda – ele continuou me encarando esperando que falasse algo – Tudo bem... – eu fitei o copo de Chopp que estava com colarinho, mas decidi não reclamar e bebi um gole considerável - Eu preciso dela... – meu tom era tristonho - Sabe quando se precisa de alguém, que até o silencio trás essa pessoa aos seus pensamentos? Os sorrisos que dávamos eram verdadeiros sabe?! Era amor... Não era ironia ou falsidade... Foi como algo que fiz para poder estar com ela... Foi como um sinal... – meu coração acelerou ao lembrar de nós dois - Eu gostava tanto dela, do seu jeito, do seu cheiro, de como falava comigo, de como eu sempre me arrepiava com o seu abraço. Eu adorava o seu beijo. Mas hoje em dia está tão diferente, tão distante... Parece que eu não conheço mais... Parece que a pessoa, pela qual, vi uma vida toda pela frente, já não existe mais. Sabe, eu ainda a amo, mas esse amor é tão desconhecido, tão diferente, tão inexplicável, que as vezes penso que amo uma pessoa totalmente estranha. Talvez eu até ame. Não sei mais quem ela é. No fundo, atrás da raiva, do ódio havia amor, um amor puro e digno de ser eternizado, pena que não soubemos aproveita-lo... Pena que falhamos... – lágrimas encheram meus olhos e eu as limpei antes que escorressem.
-Você ainda sente algo? - disse ele cerrando a boca.
-Sinto... Mas não é como antes, é algo maior que isso e mesmo que não possa tê-la eu fico bem em saber que hoje ela é feliz. 
-Eu te entendo... – Felipe bebeu quase a metade de sua cerveja como se quisesse proteger algum segredo - Eu já amei alguém...
-Todos nós amamos... – passei meus dedos no copo suado - Pelo menos uma vez na vida amamos alguém... E sabe, às vezes é uma vez só para vida toda...
-Comigo foi assim, mas eu sei ser forte, superei... – sua voz foi de tristonha a um tom de frustração - Eu acho... Mas quer saber um dia vou encontrar alguém que valha a pena, que me ame de verdade e que seja a melhor pessoa do mundo...
-Essa pessoa não existe... – falei em um tom mais alto e surpreso.
-Existe sim... – disse ele convicto - Quando se ama alguém, os defeitos passam a serem qualidades ou simplesmente insignificantes.
-Por esse lado eu concordo, acho que quando se ama alguém, tudo e todos não fazem importância e apenas a pessoa com quem você quer passar o resto de suas vida... – olhei o relógio 01 hora e 05 minutos da manhã.
-Quer saber de uma coisa... Vamos beber um pouco mais hoje... Amanhã não temos trabalho mesmo... Enfim... Depois ligue para ela, talvez ela ainda te ame também... Você é importante – ele mostrava traços de alteração por causa da bebida – Eu gosto de você... É o melhor amigo que poderia ter em toda minha vida... Obrigado por tudo cara...
-Eu que agradeço, agora modere na bebida... Vamos para casa.
-A solidão me machuca...
- A solidão não é difícil, não é dolorosa, muito menos machuca. O que machuca é estar no meio das pessoas, e se sentir só. É se afastar pra saber se alguém se importa e descobrir que ninguém sentiu sua falta...
Chamei um táxi que o deixou em casa e depois eu fui para a minha, lá encontrei Sophia que me esperava na porta com os braços cruzados, um calafrio passou por meu corpo. Ela ergueu os olhos e ao me ver correu e me abraçou bem forte.
-Como assim Sophia? O que está fazendo?
-Tentando ser feliz de novo...
-Como assim? Você terminou comigo, disse que nunca daríamos certo.
-Não demos por que eu não quis, mas eu sei que te amo de verdade e te quero de volta – uma onda de medo e ansiedade passou por mim.
-Acho que não vamos dar certo – ela cobriu o rosto com o braço, deu as costas e saiu andando – Ei – eu gritei e puxei seu braço – Está louca? Eu falei que acho... E eu quero dar certo...
Nos beijamos e logo em seguida começou a chover, mas não nos importamos com isso... E sabe? Naquele dia eu aprendi que o amor é como uma montanha russa, instável e surpreendente... E o meu amor é absolutamente incrível...






1 comentários:

Bruno Costa disse...

O texto é simpático. Mas em alguns momentos não havia ficado claro se eles se separaram ou se ainda estavam juntos com um sentimento diferente por conta da mudança dela. Bem, talvez tenha sido sua intenção. De qualquer forma o amor nos tira do ar. Por outro lado, ele não é tudo.

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